sábado, 16 de agosto de 2008

A Batalha




É natural que todos nós busquemos a felicidade, mas poucos a encontram de fato. Também é notório que só sabemos o que é felicidade pelo fato de inevitavelmente estarmos constantemente em contato com a tristeza.

Em busca da tão almejada felicidade, acabamos entrando em várias ciladas, que estão presentes em toda à nossa volta, na verdade vivemos em meio a uma teia gigante de ciladas, e isto faz com que a queda seja muito fácil.

A única forma de tentarmos sair deste vale de lágrimas é pensando em nossos atos, nos policiando, para que, de olhos bem abertos, consigamos encontrar o caminho da retidão que nos leva a tão sonhada felicidade.

Felicidade é leveza de espírito, é ter o menos possível problemas ou dificuldades, e acreditem, há um caminho para isto.

Qualquer ser humano é um condicionado e a questão é justamente como estamos condicionados. Há dois princípios de condicionamento, o negativo e o positivo. O condicionamento negativo são os vícios, é o que nos prende ao vale de lágrimas. Há uma infinidade deles, tanto material quanto imaterial. Vícios de desejos materiais, vícios de pensamentos mundanos, sentimentos não sublimes, vícios de prazeres momentâneos que nos afundam e encharcam nosso cotidiano de dificuldades. Não irei citar exemplos, pois na realidade trata-se de uma infinidade de coisas e cabe a cada indivíduo fazer uma auto-análise e descobrir quais são os seus próprios vícios.

O princípio de condicionamento positivo é algo a ser desenvolvido e aprendido durante a vida, é o que podemos chamar de virtude. A virtude pode e deve ser adquirida por esforço individual, cabe ao indivíduo lutar pela sua conquista. Para isto, devemos constantemente julgar e discernir nossos atos, separar o negativo do positivo, transformar o negativo em positivo, sempre no intuito de conseguir um saldo maior de virtudes e minimizar tudo o que pode ser considerado vício.

Durante toda a existência humana, várias foram as tentativas para se chegar à felicidade, em cada cultura desenvolveu-se uma “técnica”. Os ensinamentos de Krishna nos orientam de como devemos fazer para guiar nosso ego. Buda, nos orienta bastante a respeito com o “caminho do meio”; Cristo também deu outro exemplo valiosíssimo quando nos apresentou o Sermão da Montanha e assim por diante... O que devemos sempre reparar, é que em qualquer um destes discursos, o que prevalece é que na luta entre a virtude e vício, o vale de lágrimas desaparece quando conseguimos fazer com que o lado positivo vença a disputa.

O que nos ajuda muito nesta batalha é um pouco de estudo, quem se preocupa com a questão deve procurar uma orientação, um mentor, um mestre que tenha a capacidade de nos mostrar o caminho das pedras, caso contrário, ficamos muito vulneráveis às questões negativas, pois infelizmente é ela que facilmente aparece ao nosso redor. Tudo o que é fácil não pode ser considerado uma conquista, a luta precede a conquista, e portanto, a virtude deve ser conquistada. É uma batalha dura, mas é só por meio dela que chagamos à real felicidade.

Talvez o monaquismo seja a forma mais radical de travar esta batalha, mas não é para qualquer um, ser um monge taoísta, budista, beneditino... É algo muito difícil.
Um caminho difícil, mas não radical é o dos monges urbanos, que podem levar uma vida “normal” mas que estão constantemente preocupados com suas atitudes pessoais e sociais, na tentativa de que o saldo de virtude consiga se manter maior em relação ao saldo negativo, o saldo de vícios. Não é fácil, requer disciplina, mas aos poucos as conquistas aparecem e nos trazem satisfação embuídas de felicidade.

Eu tento seguir meu caminho, apesar de constantemente ainda entrar em ciladas, afinal de contas aprender não é uma tarefa fácil.

“Non draco sit mihi dux”

Deixo para reflexão um trecho do livro de Mateus:

“Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares da terra será desligado nos céus.”

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sem hora marcada



Às vezes, certas situações aparecem à nossa frente, como se fosse algo enviado para nos ajudar. Como todos nós sabemos, aprender não é fácil e, como a vida é um aprendizado, todos nós temos nossos momentos de dificuldades, de angústia.
Hoje, no final do dia, tive a surpresa de me encontrar com um xamã. Não havia marcado nenhum horário, simplesmente ele apareceu. Também não realizou nenhum trabalho xamânico, apenas pronunciou algumas palavras que melhorou meu astral. Foi bem legal.
Não irei registrar todo o ocorrido, somente gostaria de passar para frente parte do que eu ouvi:
"Não adianta entrarmos em um rio para pará-lo, o máximo que poderá acontecer é ficarmos molhado."
"Em muitos momentos convém exercitar a não ação, pois a lei é certa: Em toda ação há uma reação."
"Nenhuma folha cai sem que o Pai saiba, portanto não se preocupe!"
Sei que para muitas pessoas estas frases não causam efeito, mas para mim, no momento em que eu as escutei durante a conversa, elas brilharam e o efeito foi muito bom. Às vezes as coisas acontecem desta maneira... E, mesmo fora do ritual, o xamã não deixou de ter o seu seu poder.

sábado, 2 de agosto de 2008

O2

Esses dias fiz outra visita ao Congá. Desta vez, ouvi palavras de um senhor simples, mas que emanava sabedoria.
Fui orientado a trabalhar com o coração, pois segundo ele, esta é a melhor maneira de encararmos as turbulências do dia-a-dia.
Se fizermos nossos trabalhos com o coração, diminuiremos nossos problemas e teremos um cotidiano mais sereno. Fui ainda recomendado para que nas situações complicadas, situações em que ficamos abalados emocionalmente, devemos reservar um instante para exercícios de respiração. O oxigênio nos faz pensar melhor.

Acho que é isto que eu estou precisando agora: Oxigênio.

Teste para continuar o blog

Vamos que vamos