quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O Congá

Gosto muito de investigar o modo de como os terráqueos se comunicam com o além. Sempre tem alguma história interessante, curiosa ou até mesmo fantástica. Acho que em tudo isto, sempre há um conhecimento ancestral que foi deixado de lado. Esse passado esquecido sempre acrescenta algo no modo como vejo as coisas.

Buscando mais uma aventura no Planeta Azul, organizei com algumas personas, uma ida até o local de sintonia com o post-mortem. Nesta empreitada, estavam presentes: A Persona Estrela, que já é iniciada; Persona Curupira, apreciadora de práticas xamânicas; Persona Saci, que às vezes dá os seus pulos por lá e a Persona Rosicrucianum, que é um antigo pesquisador da área. Apenas eu, Persona Rocha, e a Persona Yin não conhecíamos o local.

Era noite. Chegamos em um lugar escuro. Lá no fundo, em meio à escuridão, pude notar no centro de uma claridade, um portal. Em frente ao portal havia um guardião envolvido em uma fumaça purificadora. Fomos até lá.

Ao nos aproximarmos, o guardião já se manifestou com um ar sério, como se exigisse respeito, e nos convidou a entrar. Após alguns passos, eu e a Persona Yin já nos deparamos com mais dois guardiões, que nos colocaram sentados e pediram para que tirássemos os sapatos.

Todos vestiam branco. O local era muito bem freqüentado, percebi que as personas que se encontravam ali, pertenciam às mais variadas parcelas da sociedade. Portanto, não era um local padronizado, havia uma rica diversidade cultural.

Olhando em linha reta, pude observar flores e instrumentos de percussão. Ao meu lado esquerdo, personas femininas cantando e bailando. O mesmo ocorria ao lado direito, que era formado apenas por personas masculinas. Esta situação acontecia dentro do congá, local onde o chão era forrado por uma camada espessa de areia branca e fina.

Tudo estava sereno, um ar de tranqüilidade percorria o lugar, sintonizando todos na mesma vibração. Após algumas horas, o comandante do ritual entra em transe, dando a oportunidade para aparecer diretamente do além, a Persona Alva. Ela utilizava a roupa de astronauta do comandante, e em certos momentos, tive a impressão de não estar se sentido muito confortável, pois as expressões faciais não eram das melhores.

A Persona Alva, pelo que eu entendi, nunca aparece sozinha. Sempre há uma legião de mesma freqüência a acompanhando. Após passear por todo o congá e soltar fumaça em tudo e em todos, passou a atender algumas personas individualmente. E eu, meus amigos, fui um dos escolhidos.

No início fiquei um pouco apreensivo, mas depois a conversa começou a fluir com naturalidade. A Persona Alva me contou como aconteceu o momento da queda, ou seja, como surgiu o Vale da Morte.

Disse que houve uma grande explosão cósmica, separando todo o princípio divino. Perderam-se os valores morais e intelectuais, as Leis Providenciais foram ignoradas e substituídas pelas Leis dos Homens. O motivo da grande explosão cósmica não me foi revelado.

Sei que a conseqüência foi séria, pois a UNIDADE foi dividida em duas vias: O AMOR e a SABEDORIA.

O AMOR, por sua vez, também se dividiu em outras duas vias: A ARTE e a RELIGIÃO. E com a SABEDORIA ocorreu o mesmo, se dividiu em FILOSOFIA e CIÊNCIA.

A conversa foi longa, mas resumidamente, o enfoque da Persona Alva, foi enfatizar que para a vida dos terráqueos melhorar, será necessário juntar novamente a UNIDADE, ou seja, trabalhar com amor e sabedoria, unir a ciência e a religião. Orientou que temos que ter discernimento e paciência, pois o trabalho é muitíssimo difícil e lento. Disse que toda atividade terráquea que seja fora deste ideal, não passa de egoísmo, que é o principal elemento que nos sintoniza na Sétima Região Cósmica, o Vale da Morte.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Mago Italiano


Tendo perfeita consciência do estado em que me encontro, vago nos períodos de folga entre o aquém e o além da Sétima Região Cósmica. Às vezes me deparo com um ou outro conhecido, e normalmente quando ninguém está atrapalhando, conversamos na tentativa de bolar uma estratégia para sair pela tangente do Vale da Morte.

Quem está passando por um período no além, possui outro ponto de vista em relação a quem se encontra preso no aquém. Porém, acredito que é justamente somando as duas referências, que as peças do quebra-cabeça começam a se encaixar.

Desta forma, ao mesmo tempo em que vagava, procurava sintonizar a minha freqüência em busca de meu Guia, e sem ao menos perceber, tomei um enorme susto! Havia ao meu lado uma Persona séria, com longa barba. Em sua mão direita, segurava um cajado, fortalecendo a impressão de discernimento e firmeza de espírito.

Ele se apresentou, dizendo gravemente que era um Mago. Que quando encarnado, viveu no Planeta Azul durante o século V, na região onde fica a Itália atualmente. Que não pretende voltar logo ao aquém, pois lá já tinha aprendido muitas coisas. No memento, o além tinha mais a lhe oferecer.

Na conversa, acabei me deparando com uma nova cosmologia, que espero conseguir colocá-las em prática no mundo terreno. De certa forma, apesar de eu ter tido apenas um encontro conscientemente, ao que me parece, o Mago Italiano está fazendo o papel de meu Guia. Ele demonstra ser muito sábio, canaliza sua sabedoria em direção à paz interior sem fugir do trabalho.

Durante o período que permaneceu no Planeta Azul, conseguiu por meio do recolhimento à quietude, acalmar seus demônios, paixões e emoções que ameaçavam dominá-lo, passando a irradiar serenidade e calma aos desesperados. Conhecendo as fraquezas humanas, foi capaz de guiar os outros, curar os fracos e doentes, instilar-lhes coragem e esperança.

O Mago Italiano acredita na bondade das pessoas.

Disse que ao encontrar a verdadeira paz e sintonia interior, os animais também passaram a se sentir bem ao seu lado, o que propiciou o desenvolvimento de uma linguagem com eles.

Hoje, vivendo no além, com toda sabedoria adquirida no aquém, continua irradiando suavidade, bondade, força e clareza.

Perguntei-lhe se havia deixado seus passos marcados durante a sua passagem no Planeta Azul, para que eu pudesse seguir, com o intuito de não me desorientar. Ele me respondeu:

“Há uma Regra, um manual para um reinado sábio”

Repentinamente, o Mago Italiano partiu. Mas vocês nem imaginam o que ele deixou em minhas mãos...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A Boa

Conforme havia prometido, hoje eu contarei “A Boa”. Trata-se do modo de como lidar com o Vale da Morte, e até mesmo, encontrar a saída.

O ponto de vista é simples, apesar de não ser nada concreto ou palpável. Para entender, será necessário deixar a imaginação fluir e não questionar, pois trata-se de uma Lei Universal, e como todos já devem saber, nem sempre a Providência Divina nos fornece explicações. Há coisas, que com apenas os 5 sentidos terráqueos, não temos condições de compreender.

Como já disse anteriormente, durante a Idade Média, muitas sabedorias ficaram guardadas em locais secretos, simplesmente por pura proteção, na tentativa de não deixar que o Mal criasse forças necessárias para abalar o Bem. Foi justamente por esta precaução que hoje a humanidade tem a possibilidade de receber informações abertamente, onde cada indivíduo tem a opção de escolher o seu destino, ficando livre das massas que são guiadas por cegos.

Tanto no pensamento antigo ocidental como no oriental, já comentavam que universalmente, tudo o que existe de forma macro, existe também em um contexto micro. Como exemplo, podemos analisar a semelhança entre o sistema solar e um átomo: Ambos possuem um núcleo, com energia que interferem nos elementos orbitais.

Assim sendo, vamos agora imaginar uma célula. Ela é viva e trabalha para a manutenção de um organismo, mesmo não tendo a consciência da sua atividade. Tudo o que a célula faz, tem um reflexo instantâneo para o organismo a qual ela pertence.

No caso de uma célula sadia, o seu trabalho é retribuído com a saúde do organismo, com uma boa condição de vida. Portanto, ao se tratar de células doentias, o organismo deixa de ter um desempenho sadio, não podendo corresponder de forma positiva para a vida das células.

Este fenômeno forma um ciclo, que faz parte da Lei Ação e Reação, ou seja, um se relaciona com o outro, sendo que quem pratica a ação, conseqüentemente receberá uma reação.

Pelo fato dos seres humanos e celestiais possuírem consciência de seus atos, podemos dizer que a reação é previsível, já que a cada ação gera proporcionalmente uma reação de mesma freqüência.

Este é o grande enigma! Temos que agir nobremente para gerarmos reações nobres, que melhorem nossas vidas e nos impulsionem para fora do Vale da Morte.

Quando eu comentei a respeito do Vale da Morte, disse ele é constituído por três elementos: o Nascer, o Viver e o Morrer. Isto indica, que o Vale da Morte nada mais é do que um organismo vivo macro, e que a sua saúde depende dos organismos vivos micro, no qual tanto os serres celestiais quanto os terráqueos estão incluídos.

No dia-a-dia, ao agirmos como uma célula saudável e colaborarmos para o bem do organismo macro, automaticamente será gerada uma uma reação benéfica do macro em relação ao micro, o qual nós fazemos parte. Isto explica muita coisa que ocorre em nossas vidas, tanto em relação aos sentimentos, como também na vida material.

Cada AÇÃO gera uma REAÇÃO. Estamos inclusos na Lei de causa e efeito.
Agora, cuidado! Quem planta vento, colhe ventania.

sábado, 18 de agosto de 2007

A Ruim


Tudo bem, tudo sob controle. Voltei e acabei de perceber que, enquanto eu saio em direção ao astral para me confraternizar com amigos celestiais, o meu Diário de Bordo é invadido pelos terráqueos.

O meu estudo de caso pode ter ido por água abaixo. É como se a sociedade a ser estudada pelo antropólogo, descobrisse a verdadeira identidade do pesquisador e mudasse o comportamento, fazendo com que os resultados se distanciassem da realidade. Porém, como o meu próprio nome diz, Persona Rocha, sou duro na queda, de forma que deixarei as pedras rolarem. Só que agora com algumas modificações, já que tanto os meus companheiros celestiais, como também os terrenos, estão acompanhando minhas anotações.

Para meus amigos celestiais, digo que tenham paciência e prestem muita atenção nas entrelinhas, enquanto que para os terráqueos, sugiro que tomem um pouco de cuidado e leiam todas as informações atentamente, afinal de contas, a verdade às vezes não é fácil de ser encarada.

Hoje, não digo nada de novo aos amigos celestiais, porém para os terráqueos farei uma revelação.

Tentarei ser o mais claro possível, apesar do assunto ser um pouco complexo para apresentá-lo por palavras. Tudo seria mais fácil se vocês, seres humanos, conseguissem receber informações telepaticamente. Como esta fantástica ferramenta está distante do domínio terreno, esforçar-me-ei para escrevê-las.

Tenho duas informações que servirão para clarear seus pensamentos. Uma boa e a outra ruim. Mas como nada é fácil nesta vida, hoje só apresentarei a ruim. Apesar dela não ser boa, deixará todos conscientes do estado em que nós nos encontramos. Digo “nós”, pelo fato de eu também me incluir nesta situação, mesmo já possuindo certa experiência com o cosmo.

Como vocês já devem ter percebido, tudo o que faz parte do universo conhecido pelos seres humanos é constituído por três elementos: o NASCER, o VIVER e o MORRER. Os animais e vegetais são constituídos por esses elementos, os terráqueos, planetas (inclusive o Planeta Azul), meteoros, cometas, estrelas, galáxias e outros seres celestiais... Tudo! Basta pensarmos que, boa parte do céu estrelado de uma linda noite já não existe mais. Afinal de contas, estas estrelas estão localizadas a vários anos-luz de distância.

Com esta perspectiva, mostro como o ser humano ainda é ingênuo, querendo através de foguetes, ir para outra orbe, achando que conseguirá algo. Bobagem! Sabem por quê? Estamos todos no Vale da Morte, local justamente formado por estes três elementos. Tudo tem começo, meio e fim.

Os humanos, para poderem viver no Planeta Azul, precisam passar pelo processo de materialização. Isto ocorre durante a gestação da mulher, pois se ainda não perceberam, o útero, nada mais é do que uma câmara de materialização. Assim sendo, não faz o menor sentido ir para o espaço sideral levando a roupa de astronauta errada.

Tentar transitar por todo o Vale da Morte com o corpo material terreno, é algo que não funciona. Este corpo só serve para interagir com o Planeta Azul. O que pode ocorrer, é vagar pelo cosmo através da projeção astral ou após o processo da desmaterialização (morte terrena).

Já que a notícia ruim já foi dada, e estamos com consciência do local onde nos encontramos, revelo minha principal tarefa: Descobrir como podemos fazer para sair deste local o mais rápido possível.

Tenho algum conhecimento, e digo que falta pouco para eu descobrir. É justamente nesta questão que me dedico, afinal de contas, o “meu maior interesse é pelo aprendizado que o Planeta Azul pode me oferecer”.

Somente a solução deste enigma é que falta para eu conseguir escapar do Vale da Morte. Mas não os abandonarei, farei questão de deixar minhas pegadas.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Para o alto e avante!!!


O tempo passa e eu não estou dando conta de me dedicar o suficiente para os grandes enigmas da humanidade.

Tem tanta coisa acontecendo, que nem ao menos consigo registrar neste diário, os fatos mais significativos dos últimos momentos de minha aventura planetária.

No exato momento, estou de partida para o astral. Espero que a coisa acalme um pouco, pois estou cansado. Mas como vocês já devem saber, depois da tempestade, sempre vem a calmaria...

Quero ver se consigo encontrar logo com meu Guia, estou curioso para conhecê-lo melhor.

Apesar de já ter tido alguns contatos com ele, não o conheço bem. Em cada momento, ele estava com uma roupagem diferente. Sei que com esta agitação toda, dificilmente quando eu retornar, lembrarei do que se passou no astral.

Mas tudo bem, temos que viver cada momento da melhor maneira possível.

Ao invés de reparar nos espinhos, ficarei contemplando a beleza e o aroma das flores.

Agora é o seguinte: Para o alto e avante!!!

Fui...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Choro e Ranger de Dentes


Fiquei impressionado. Fiquei não, estou. Quando me informaram eu não acreditei, mas os fatos comprovam a lastimável realidade.

Apesar de várias Personas Instrutoras já terem passado pelo Planeta Azul e orientado a conduta humana, de nada adiantou. Aqui, realmente é um lugar de corações rochosos.

Quase todos os novatos que me deparo, possuem interesse em aprender a respeito das guerras, e isto é muito triste. Acham a guerra “legal”. Tenho a impressão de que para o terráqueo, ver o sofrimento alheio é uma anestesia. O sofrimento alheio deve ludibriar a consciência do espectador, fazendo-o sentir-se melhor.

Assim os humanos vão sendo educados, aprendendo tanto na educação formal como na mídia, atrocidades e crueldades, geradas pela inveja e egoísmo. Esta é uma forte influência/referência aos moralmente ignorantes. Que dureza!

Nunca ninguém me perguntou o que deveríamos fazer para amar, o que é compaixão ou mesmo como fazemos para termos paz. Acho que isto justifica o que a Persona Codificadora disse a respeito do Planeta Azul: “Aqui é um lugar onde a maldade ainda prevalece, não estamos ainda nem na metade do caminho para a Luz”.

Há várias explicações de como surgiu a má índole humana. Um bom ponto de vista é a idéia da Persona Língua Liberada. Ela explica que a desgraça humana teve início lá na Idade da Pedra, quando a linguagem começou a se desenvolver através das palavras.

As primeiras palavras que surgiram eram substantivos, os nomes das coisas. Até aí tudo bem, mas o problema veio logo na seqüência, quando o pensamento humano se aprimorou rumo às idéias mais abstratas, dando margem ao surgimento dos adjetivos, que nada mais são do que um juízo de valor. Foi esse o início da inveja e do egoísmo no planeta. Antes tínhamos comunidades comunistas primitivas, agora, com os adjetivos, temos comunidades conflituosas repletas de “o que é meu” e “o que é seu” juntamente com "o que é melhor” e "o que é pior”.

Independente de Deus ou Deuses existirem, enquanto eu não vivenciar atitudes terráqueas que me convençam o contrário, fico realmente achando que todos são cegos e surdos, conforme as palavras do Profeta Isaías:

Vocês ouvirão, mas não entenderão;
olharão, mas não enxergarão nada.
Pois a mente deste povo está fechada:
Eles taparam os ouvidos
e fecharam os olhos.
Se eles não tivessem feito isso,
os seus olhos poderiam ver,
e os seus ouvidos poderiam ouvir;
a sua mente poderia entender,
e eles voltariam para mim,
e eu os curaria – Disse Deus
.”

O ponto de referência deve mudar. Enquanto isto não ocorrer, haverá com certeza “choro e ranger de dentes”. Mas é aquela velha história: O mestre só aparece quando o discípulo está pronto, caso contrário, continuarão cegos e surdos.

Acordem e preparem-se!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Fora do ar

Somente após o Planeta Azul dar 35 voltas ao redor da Estrela Solar, e eu já ter avançado um pouco em minha missão por aqui, é que consegui perceber uma característica bizarra no comportamento dos terráqueos.

Há uma distância grande entre o que dizem ser o ideal e a forma como se comportam. Apesar de grande parte da humanidade possuir um ideal em comum, composto de discernimento entre certo/errado e bem/mal, as atitudes terrenas cotidianas não possuem este padrão.

Talvez este padrão ideal esteja circulando na orbe como se fosse um “macrocosmo”, que possui a fantástica força de regular comportamentos humanos, a fim de não deixar que tudo se transforme em puro caos. A este fato, poderíamos chamar de senso-comum.

Os terráqueos possuem também, em sua consciência, algo similar ao "macrocosmo", porém infinitamente menor. Chamaremos isto de “microcosmo”, é como se fosse um universo pessoal, uma cosmologia secreta e individual, repleta de segredos e pensamentos obscuros. Um universo totalmente inviolável.

Da mesma forma que o “macrocosmo” é diretamente proporcional ao ideal padrão, o “microcosmo” é proporcional às atitudes.

Vez ou outra, alguém se desconfigura e acaba virando notícia. Quando isto acontece é sinal de que o "microcosmo" acabou sendo mais forte que o "macrocosmo", algo ficou desregulado e, para continuar a harmonia, há a necessidade de correção ou conserto. Nestes casos poderá até ocorrer a reclusão do desconfigurado.

Apesar desta relação entre "macrocosmo" e "microcosmo" ser um pouco complicada, durante a minha permanência por aqui, farei o máximo para intermediar da melhor forma possível esta dicotomia existencial, sempre aproveitando o melhor que existe nos dois contextos.

No exato momento, encontro-me em uma fase totalmente "microcósmica". Isolarei- me de toda relação social possível. Ficarei somente em minha morada material, não atenderei a campainha, tirarei o telefone da tomada, desligarei todos os eletrodomésticos da energia elétrica, jogarei o relógio fora, escutarei o silêncio, respirarei profundamente, comerei apenas frutos frescos, tomarei apenas água, abrirei todas as janelas para sentir a leveza do ar, observarei melhor as flores, soltarei a voz somente para cantar e verei o Sol passar durante o dia até a Lua nascer.

A cada segundo, apenas procurarei contemplar o meu ser.

É ótimo ficar fora do ar. É como se eu reiniciasse a máquina da consciência, fazendo com que ela voltasse renovada, com menos chance de travar um conflito entre o macro e o microcosmo.

Sempre que posso, procuro dar um reset, no intuito de não desconfigurar-me.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mira

Demorou muito tempo para eu descobrir a importância de um objetivo na vida terrena, aliás não me recordo de alguém ter conversado comigo a respeito disso, apenas era cobrado no sentido de que eu tinha que fazer algo.

Mas também confesso, que por um longo período eu decidi ficar surdo, o que as pessoas diziam entrava por um ouvido e saía pelo outro. Me sentia muito bem agindo desta forma, pois não gosto de cobranças.

Objetivo na vida é algo muito difícil de se encontrar, é necessário parar para pensar, refletir, fazer experiências e principalmente observar as pessoas que demonstram já o ter encontrado.

Penso que o que dificulta muito este tipo de coisa hoje em dia é a relação entre o SER e o TER. Não acredito que um seja mais importante do que o outro, o ideal é sempre buscar o equilíbrio, apesar da minha preferência ser pela primeira opção.

O capitalismo, alimentado pelo consumismo, embutiu em minha cabeça a idéia de que TER é prioritário ao SER, mas depois de anos pensando, cheguei à conclusão de que TER sem SER pode ser deprimente, solitário, angustiante, frustrante e o pior: insaciável. Há uma possibilidade muito grande de se perder a vida buscando o insaciável TER para depois tentar atingir o SER.

Meu objetivo já está traçado: vou em busca do SER, pois acredito que o TER surgirá naturalmente e de forma suficiente. Agora o que faço é mirar na mosca e seguir em frente.

Sair do caminho pode fazer com que percamos o nosso foco e conseqüentemente nosso objetivo. É necessário tomarmos cuidado com as ciladas do TER, pois ele nunca sai de cena, nos acompanhará constantemente, aliás, somente após eu ter encontrado meu objetivo é que conseguirei achar o equilíbrio entre o SER e o TER.

Hoje eu tenho um foco. Às vezes, saio do caminho para ver o que encontro ao meu redor, apesar de saber que a menor distância entre dois pontos é uma reta.

Teste para continuar o blog

Vamos que vamos