sábado, 18 de agosto de 2007

A Ruim


Tudo bem, tudo sob controle. Voltei e acabei de perceber que, enquanto eu saio em direção ao astral para me confraternizar com amigos celestiais, o meu Diário de Bordo é invadido pelos terráqueos.

O meu estudo de caso pode ter ido por água abaixo. É como se a sociedade a ser estudada pelo antropólogo, descobrisse a verdadeira identidade do pesquisador e mudasse o comportamento, fazendo com que os resultados se distanciassem da realidade. Porém, como o meu próprio nome diz, Persona Rocha, sou duro na queda, de forma que deixarei as pedras rolarem. Só que agora com algumas modificações, já que tanto os meus companheiros celestiais, como também os terrenos, estão acompanhando minhas anotações.

Para meus amigos celestiais, digo que tenham paciência e prestem muita atenção nas entrelinhas, enquanto que para os terráqueos, sugiro que tomem um pouco de cuidado e leiam todas as informações atentamente, afinal de contas, a verdade às vezes não é fácil de ser encarada.

Hoje, não digo nada de novo aos amigos celestiais, porém para os terráqueos farei uma revelação.

Tentarei ser o mais claro possível, apesar do assunto ser um pouco complexo para apresentá-lo por palavras. Tudo seria mais fácil se vocês, seres humanos, conseguissem receber informações telepaticamente. Como esta fantástica ferramenta está distante do domínio terreno, esforçar-me-ei para escrevê-las.

Tenho duas informações que servirão para clarear seus pensamentos. Uma boa e a outra ruim. Mas como nada é fácil nesta vida, hoje só apresentarei a ruim. Apesar dela não ser boa, deixará todos conscientes do estado em que nós nos encontramos. Digo “nós”, pelo fato de eu também me incluir nesta situação, mesmo já possuindo certa experiência com o cosmo.

Como vocês já devem ter percebido, tudo o que faz parte do universo conhecido pelos seres humanos é constituído por três elementos: o NASCER, o VIVER e o MORRER. Os animais e vegetais são constituídos por esses elementos, os terráqueos, planetas (inclusive o Planeta Azul), meteoros, cometas, estrelas, galáxias e outros seres celestiais... Tudo! Basta pensarmos que, boa parte do céu estrelado de uma linda noite já não existe mais. Afinal de contas, estas estrelas estão localizadas a vários anos-luz de distância.

Com esta perspectiva, mostro como o ser humano ainda é ingênuo, querendo através de foguetes, ir para outra orbe, achando que conseguirá algo. Bobagem! Sabem por quê? Estamos todos no Vale da Morte, local justamente formado por estes três elementos. Tudo tem começo, meio e fim.

Os humanos, para poderem viver no Planeta Azul, precisam passar pelo processo de materialização. Isto ocorre durante a gestação da mulher, pois se ainda não perceberam, o útero, nada mais é do que uma câmara de materialização. Assim sendo, não faz o menor sentido ir para o espaço sideral levando a roupa de astronauta errada.

Tentar transitar por todo o Vale da Morte com o corpo material terreno, é algo que não funciona. Este corpo só serve para interagir com o Planeta Azul. O que pode ocorrer, é vagar pelo cosmo através da projeção astral ou após o processo da desmaterialização (morte terrena).

Já que a notícia ruim já foi dada, e estamos com consciência do local onde nos encontramos, revelo minha principal tarefa: Descobrir como podemos fazer para sair deste local o mais rápido possível.

Tenho algum conhecimento, e digo que falta pouco para eu descobrir. É justamente nesta questão que me dedico, afinal de contas, o “meu maior interesse é pelo aprendizado que o Planeta Azul pode me oferecer”.

Somente a solução deste enigma é que falta para eu conseguir escapar do Vale da Morte. Mas não os abandonarei, farei questão de deixar minhas pegadas.

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